Desc: Ascensão: Dirigido por Fiona Tan. Com Hiroki Hasegawa. Através de um manto cinzento de nuvens, os contornos de uma montanha mal podem ser discernidos. Este é o Monte Fuji, um vulcão com muitas faces e de imensurável significado cultural e simbólico. Somos conduzidos ao longo do filme pelas vozes de dois personagens fictícios - Mary, uma inglesa e seu falecido parceiro japonês, Hiroshi. Mary recebe um pacote contendo cartas e uma coleção de fotos de Hiroshi. Suas cartas, nas quais ele descreve a escalada do Monte Fuji, desencadeiam em sua mente uma série de pensamentos e reflexões. As fotografias que descobrimos junto com Mary. 4.500 fotografias excepcionais e diversas dos últimos 150 anos formam a base deste filme. Muitas imagens são de uma beleza inegavelmente deslumbrante - desde os primeiros exemplos de fotografia de estúdio japonês do século XIX até fotos de propaganda militar dos anos trinta, desde imagens vitoriosas da imprensa americana até instantâneos amadores ao longo de várias décadas. Este trabalho tem para mim a ver com visibilidade e invisibilidade, com distância e proximidade. Estas milhares de imagens envolvem a montanha como uma nuvem, revelando-a e escondendo-a ao mesmo tempo. Este projeto de filme de arte é, em essência, um filme feito inteiramente com fotos; um experimento cinematográfico que equilibra delicadamente entre documentário e ficção. À medida que a narrativa se desenrola, caminhos inesperados e surpreendentes são explorados. Juntamente com os dois protagonistas, o espectador escala o Monte Fuji através de divisões geográficas, temporais e culturais. São consideradas as xilogravuras de Hokusai, mas também pinturas de Van Gogh, visões filosóficas decorrentes da filosofia asiática, a conexão da humanidade com a paisagem, o significado religioso do Monte Fuji, a história recente do Japão. Mas central é o questionamento do próprio cineasta sobre a natureza da fotografia e como é possível criar cinema usando apenas imagens encontradas e sem movimento..